Líder do governo defende acusação da Odebrecht como prova contra Dilma

Odebrecht teria afirmado que Dilma pediu pessoalmente uma doação de R$ 12 milhões para sua campanha eleitoral em 2014

Estadão Conteúdo
04/Jun/2016
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Líder do governo defende acusação da Odebrecht como prova contra Dilma

O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), defendeu neste sábado, 4, a inclusão das revelações feitas pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht como prova no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Para o tucano, as declarações do empresário deverão ajudar a convencer senadores indecisos de que a petista não tem condições de voltar a comandar o País.

Segundo reportagem da revista IstoÉ, em acordo de confidencialidade com a Operação Lava Jato, Odebrecht teria afirmado que Dilma pediu pessoalmente uma doação de R$ 12 milhões para sua campanha eleitoral em 2014. Conforme a publicação, o empreiteiro diz que o então tesoureiro da campanha, Edinho Silva, pediu o montante, mas Odebrecht se recusou a pagar. O empresário, então, teria procurado Dilma, que teria afirmado: "É para pagar".

"Essas declarações ajudam a formar a convicção de que ela não pode permanecer na Presidência da República. É mais uma elemento para corroer aquela fímbria de autoridade que ela tinha", disse Aloysio Nunes. Para o senador, as falas de Odebrecht devem ser levadas em consideração no julgamento do impeachment. "Isso contribui para desmoronar aquela imagem virginal que ela o PT construíram dela e da gestão dela".

Na avaliação do tucano, o próprio advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, abriu espaço para essa inclusão, ao pedir ontem na comissão do impeachment do Senado a inclusão como prova dos áudios em que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) defende estancar as investigações da Lava Jato. "Já que é para falar do conjunto da obra, fica evidente que (a declaração de Odebrecht) deve ser levada em consideração", disse.

Na sessão da comissão do impeachment do Senado desta sexta-feira, o pedido de Cardozo foi negado pelo relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). O tucano sustentou que os áudios de Jucá são estranhos ao processo. "Os áudios não são fatos novos, não alargam o objeto. Não são estranhos ao processo, eles são o processo", rebateu o advogado de Dilma.

PROVAS

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou neste sábado, 4, que as declarações do empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre a presidente afastada Dilma Rousseff ajudam a "consolidar" o impeachment da petista. Segundo reportagem da revista IstoÉ, em acordo de confidencialidade com a Operação Lava Jato, Odebrecht afirmou que Dilma teria pedido pessoalmente uma doação de R$ 12 milhões para sua campanha eleitoral em 2014.

Conforme a publicação, o empreiteiro diz que o então tesoureiro da campanha e ex-ministro de Dilma, Edinho Silva, pediu o montante, mas Odebrecht se recusou a pagar. O empresário, então, teria procurado a presidente afastada, que teria afirmado: "É para pagar".

"Isso tudo vai consolidando ainda mais a condição do impeachment", afirmou Eunício, evitando, porém, comentar diretamente a fala de Odebrecht. "Não vou comentar delação de ninguém, porque não me cabe".

Para o líder do PMDB, as revelações de Odebrecht não devem alterar os votos no Senado, pois o destino de Dilma já está "definido". "Acho que vamos ter 59, 60 votos pelo impeachment (mais do que os 54 mínimos necessários)", diz.

Nesse placar do julgamento final, Eunício leva em conta os votos a favor do impeachment dos senadores do PMDB Jader Barbalho (PA) e Eduardo Braga (AM), ex-ministro de Dilma.

RENAN

O líder do PMDB não quis comentar delação em que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB) diz ter repassado R$ 30 milhões desviados da Petrobras ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de quem Eunício é próximo.

Segundo informações do jornal O Globo, confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, Machado disse que também repassou R$ 20 milhões ao ex-presidente José Sarney (PMDB) e outros R$ 20 milhões ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento de Michel Temer.

FOTO: Antonio Melo/Estadão Conteúdo

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