Inflação deve fechar 2015 em 10,61%

É o que projeta o boletim Focus divulgado nesta segunda (14/12). Mesmo com o ano prestes a acabar, as projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2015 e 2016 não param de subir

Estadão Conteúdo
14/Dez/2015
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Inflação deve fechar 2015 em 10,61%

A mediana das projeções para o IPCA de 2016 subiu mais um degrau no Relatório de Mercado Focus. Agora, a taxa está em 6,80% ante 6,70% da semana passada e de 6,50% de quatro semanas atrás.

Os dados foram divulgados na manhã desta segunda-feira (14/12) pelo Banco Central, que já avisou não focar mais 2016, mas, sim, 2017 em sua tarefa de levar a inflação para o centro da meta.

No caso de 2015, a mediana avançou de 10,44% para 10,61%, registrando a 13ª semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável.

Há quatro edições do documento, a mediana estava em 10,04%. No Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa passou de 10,61 para 10,72%.

Há quatro semanas, essa mediana estava em 10,28%. Para 2016, o grupo dos analistas que costumam acertar mais as estimativas, elevou a perspectiva para o IPCA de 2017 de 7,07% para 7,21%. Quatro edições atrás do boletim Focus, estava em 6,98%.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado.

Para a inflação de curto prazo, a estimativa para dezembro subiu de 0,85% para 0,90% de uma semana para outra ante taxa de 0,75% verificada há um mês.

PREÇOS ADMINISTRADOS

Mesmo com o ano prestes a acabar, as projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2015 e 2016 não param de subir.

De acordo com o Relatório de Mercado Focus, a mediana das expectativas para este ano avançou de 17,65% para 18% de uma semana para outra. Estava em 17,00% quatro edições atrás do documento.

Para 2016, a mediana das estimativas para os preços administrados avançou de 7,35% para 7,50%. Há um mês, a mediana das estimativas para essa variável estava em 7,00%.

Essa piora das previsões para o ano que vem deve incomodar o Banco Central, que conta com uma forte desaceleração dos preços monitorados pelo governo para deixar o IPCA abaixo do teto da meta em 2016.

Em sua última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central voltou a revisar para cima sua projeção para os preços administrados de 2015 e 2016.

Pelos cálculos do colegiado, o avanço será de 17,7% este ano, e não mais de 16,9% como constava na edição anterior. Para 2016, a diretoria prevê taxa de 5,9% ante variação de 5,8% apresentada na ata anterior.

Para estimar a elevação desses itens, o BC considerou uma alta de 52,3% da tarifa de energia elétrica este ano - na edição anterior, a previsão era de 51,7%. A diretoria também levou em conta a hipótese de elevação de 17,6% do preço da gasolina (antes estava em 15%) e de alta de 21,7% do preço do botijão de gás, substituindo a taxa de 19,9%.

O Relatório de Mercado Focus pintou um quadro ainda mais negro para a atividade do País neste e no próximo ano.

O documento divulgado na manhã desta segunda-feira, 14, pelo Banco Central (BC) trouxe que a perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 2,31% para 2,67%. Há um mês, a mediana das projeções estava em -2,00%.

PIB

Para 2015, a perspectiva de contração do Produto Interno Bruto (PIB) saiu de 3,50% para 3,62% - um mês antes estava em queda de 3,10%.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Uma nova edição desse documento será divulgada até o Natal.

De acordo com o Focus, a mediana das expectativas para a produção industrial de 2015 saiu de -7,60% para -7,70% (um mês antes estava em -7,40%). Para 2016, o tombo foi ainda maior: passou de -2,40% para -3,45%. Há quatro semanas, estava em -2,15%.

Após o duro discurso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em São Paulo, na semana passada, as projeções do mercado financeiro para a taxa básica de juros subiram ainda mais.

A expectativa agora é que a Selic encerre o ano que vem em 14,63% ao ano - o que demonstra uma divisão das projeções de 14,50% e 14,75% ao ano. A nova estimativa é bem mais alta do que a vista na semana passada, de 14,25% aa, que é o patamar atual dos juros domésticos.

O foco do Banco Central para a meta de inflação é o ano de 2017, cujas projeções na Focus são atualizadas a partir das 9h.

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, a estimativa para 2016 também disparou após a fala de Tombini, saindo de 13,00% aa onde se encontrava há quatro semanas, para 13,63% AA.

IGP-DI

As previsões para o IGP-DI de 2015, que tinham passado da marca de 11% no Relatório Focus da semana passada, voltaram a cair no documento divulgado nesta segunda-feira.

A mediana para o indicador deste ano recuou de 11,04% para 10,99% - um mês atrás estava em 10,54%. No caso do IGP-M de 2015, a taxa mediana subiu de 10,80% para 10,81%, bem acima da expectativa apresentada um mês atrás, que era 10,26%.

Para 2016, a previsão central da pesquisa Focus para o IGP-DI saiu de 6,17% para 6,14% - quatro semanas atrás, estava em 6,00%. Em relação ao IGP-M, o ponto central da pesquisa avançou de 6,43% para 6,48% - quatro edições anteriores estava em 6,19%.

A estimativa para o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, aumentou de 10,77% para 10,85% de uma semana para outra para o horizonte de 2015 - um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 10,26%.

Para 2016, no entanto, a expectativa foi mantida em 5,27% de uma semana para outra - estava em 5,12% um mês atrás.

IMAGEM: Thinkstock

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