Endividamento das famílias é o maior em 10 anos

Em abril, o volume de dívidas foi 46,30%, o maior porcentual desde janeiro de 2005, segundo o Banco Central. A inadimplência teve o maior crescimento mensal do ano, de 4,8% em maio, revela a Serasa

Estadão Conteúdo
15/Jun/2015
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Endividamento das famílias é o maior em 10 anos

As famílias brasileiras nunca estiveram tão endividadas com o sistema financeiro nos últimos 10 anos como agora, conforme apontam dados do Banco Central sobre o tema. De março para abril, o volume de dívidas passou de 46,20% para 46,30%, o maior porcentual desde janeiro de 2005, quando começa a série histórica da instituição. Até então, a taxa mais elevada havia sido registrada em fevereiro, de 46,24%. O cálculo leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses.

O BC destaca que, desde março, tanto essa série quanto a de comprometimento de renda foram recalculadas para incorporar as alterações na série da Massa Salarial Ampliada Disponível (MSAD), do IBGE. As séries também passaram a considerar as mudanças promovidas pela própria autarquia na nota de crédito.

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Os dados do BC revelam que o segmento responsável pela elevação foi o de imóveis. Isso porque o total de endividamento das famílias, excluindo-se as dívidas com o setor habitacional, apresentou leve baixa de março (27,73%) para abril (27,61%). Esta é a terceira desaceleração consecutiva do indicador e revela que é o patamar mais baixo desde janeiro de 2009, quando estava em 27,37%. Na época, as economias do Brasil e do mundo sentiam os efeitos da crise financeira internacional iniciada em meados de 2008.

Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 21,98% em abril - praticamente estável em relação à taxa de 21,97% vista um mês antes e de 21,98% de fevereiro. O dado é ajustado sazonalmente.

INADIMPLÊNCIA TEM MAIOR CRESCIMENTO MENSAL 

O indicador de inadimplência do consumidor da Serasa Experian registrou em maio o maior crescimento mensal do ano, com avanço de 4,8% em relação ao mês anterior. O número veio após as ligeiras altas de 1,8% em abril e 0,2% em março. Em comparação com os primeiros cinco meses do ano passado, o indicador cresceu 14,9%.

Para os economistas da empresa, o aumento nos níveis de inadimplência é impulsionado pela elevação das taxas de desemprego, alta da inflação e aumento dos juros sobre as dívidas.

As dívidas com os bancos (5,5%) foram as principais responsáveis pelo avanço do indicador em maio. A inadimplência não bancária, como cartões de crédito, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água, cresceu 4,9%. Os protestos subiram 6,9% e os cheques sem fundos aliviaram as altas com queda de 2,1%.

O valor médio das dívidas não bancárias aumentou 32,6% nos primeiros cinco meses, comparado com o mesmo período de 2014, e chegou a R$ 420,96. O valor médio dos cheques sem fundos cresceu 10%, para R$ 1.854,27. A média da dívida com os bancos no período teve leve alta de 0,6% e foi para R$ 1.270,29. Já o valor médio dos títulos protestados registrou queda de 4,7%, para R$ 1.372,77.

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