Denim City SP, no Brás, inspira nova era do jeans brasileiro
Novo espaço em São Paulo reúne escola, showrooms, cerca de 20 empresas e promove conexões entre fabricantes, consumidores, estudantes de moda e profissionais
Um campus de inovação para o jeans. É isso que o Denim City SP, empreendimento aberto em outubro de 2020 no Brás, em São Paulo, pretende ser para o setor.
Ligada à Fundação House of Denim, organização internacional apoiada por empresas do setor têxtil, a iniciativa nasceu para fortalecer os profissionais desse segmento e direcioná-los quanto às questões ambientais e de inovação.
São quase 5 mil metros quadrados com diversas atividades, como cursos, laboratório com equipamentos de alta tecnologia, centro de treinamento de lavanderia para estudantes e profissionais, coworking, showroom de marcas parceiras e espaço para eventos.
Formando um verdadeiro complexo, cerca de 20 empresas brasileiras que formam toda a cadeia têxtil do segmento estão instaladas num só endereço e facilitam a vida de quem perdia dois ou três dias andando por São Paulo à procura de fornecedores - aviamentos, tecelagens, produtores de etiquetas, acessórios e afins.
Essa diversidade de negócios faz com que o espaço tenha salas para corte, confecção e lavanderia piloto, com tecnologia de ponta fornecida pelos próprios empresários. Há também auditório com 250 lugares, loja conceito com as marcas mais icônicas e três restaurantes.
A iniciativa levou dois anos para se materializar, após a visita de um grupo de empresários brasileiros ao Denim City Ams, na Holanda, e graças ao patrocínio de 19 marcas do ramo.
A FORÇA BRASILEIRA DO JEANS
Fixado no bairro do Brás, tradicional reduto da moda atacadista, o novo complexo ocupa o terreno de uma antiga confecção, que nos últimos anos, estava sendo usado como estacionamento. Estima-se que a região do Brás produza 50% dos jeans comercializados no Brasil.
De acordo com Maria José Orione, diretora acadêmica da Denim City SP, o projeto chega, acima de tudo, com um propósito educacional, além de trabalhar conexões entre fabricantes, consumidores e profissionais.
"É sobre fomentar inovação, sustentabilidade e conexões para nos prepararmos para os desafios que impactam o setor, além de amadurecermos como indústria, sendo mais sustentáveis e relevantes como polo mundial", diz.
Guiando-se pelo programa original da Denim City Amsterdam, o negócio aborda temas como design, modelagem, tecidos, história, costura, lavanderia, sustentabilidade, melhores práticas e varejo, entre outros workshops e cursos de curta duração, além de programas personalizados.
DA HOLANDA PARA O BRASIL
Com sua indústria desempenhando um papel cada vez mais importante no mercado, Amsterdã, na Holanda, vem se destacando na Europa quando o assunto é denim (tecido usado para fazer o jeans).
Desde meados de 2000, importantes marcas - grandes e pequenas - de jeans se fixaram na capital holandesa. Nomes como Tommy Hilfiger, G-Star, Scotch & Soda, Denham, Kings of Indigo têm sua sede europeia na cidade.
Há alguns anos, a feira bianual de jeans Kingspins Show, com edições em Nova York, Los Angeles e Hong Kong, também lançou uma filial europeia com o evento Amsterdam Denim Days.
Em abril de 2015, as primeiras escolas de denim do mundo, House of Denim e Jean School, criadas em 2012, inauguraram a Denim City na capital holandesa, investindo em métodos de produção mais limpos e com menos emprego de água.
O Denim City foi em grande parte financiado por fundos provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), firmas privadas (incluindo os turcos do Grupo FG) e o município de Amsterdã. Por lá, a sede da Denim City foi instalada num antigo depósito de 1,2 mil metros quadrados, todo reconstruído para se tornar a casa do House of Denim.
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FOTOS: Divulgação