Crédito ao comércio encolhe 3,6% em janeiro
O estoque total de empréstimos diminuiu 1,3%, para R$ 1,685 trilhões. Todos os setores sentiram o efeito: agropecuária, indústria e serviços, segundo dados do Banco Central

O estoque de crédito - os financiamentos ativos no sistema financeiro - apresentou retração entre dezembro de 2015 e janeiro deste ano nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços.
O crédito total encolheu 1,3%, para R$ 1,685 trilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (24/02) pelo Banco Central. O comércio, que faz parte do setor de serviços na pesquisa, registrou a maior redução. O varejo tem registrado quedas constantes nas vendas durante a atual recessão.
A agropecuária caiu 1,1%, a indústria, 1,3%, e os serviços, 1,3%. No crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados, o recuo foi de 0,6%.
O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 795,770 bilhões em janeiro. Dentro desse setor, o comércio teve queda de 3,6% (R$ 296,334 bilhões) no mês passado.
Em transporte, subiu 0,4%, para R$ 169,413 bilhões. Na administração pública, houve estabilidade, ficando em R$ 123,562 bilhões. A categoria "outros" caiu 0,1% para R$ 206,451 bilhões.
Para a indústria, o crédito recuou para R$ 821,843 bilhões. Na construção, houve baixa no mês passado, para R$ 111,454 bilhões.
A indústria de transformação teve queda de 1,6%, para R$ 464,171 bilhões. Já os serviços industriais de utilidade pública (SIUP) registraram queda do crédito de 1,2% no mês passado, para R$ 200,107 bilhões.
No caso da indústria extrativa, houve uma alta de 1,0% em janeiro, para R$ 46,111 bilhões. Para o setor agropecuário, o crédito minguou em janeiro ante dezembro para R$ 24,949 bilhões.
FINANCIAMENTOS DOS BANCOS PRIVADOS RECUAM
Os bancos públicos mantiveram seus estoques de crédito estáveis em janeiro, enquanto os privados registraram queda.
De acordo com dados divulgados pelo BC, as instituições oficiais têm um saldo de R$ 1,799 bilhão.
Nos bancos privados nacionais, houve recuo de 1,1% na margem, para R$ 937,335 bilhões ante previsão do BC de alta de 1% (revisada em dezembro a partir de 3%). Já no caso dos bancos estrangeiros, houve recuo de 2,0% no ano, para R$ 462,247 bilhões.
A inadimplência nas instituições públicas aumentou 0,1 ponto percentual de dezembro para janeiro, para 2,8%.
No caso das instituições privadas nacionais, a taxa subiu de 4,5% para 4,7% no ano e, nas estrangeiras, o calote aumentou no período de 3,5% para 3,7%.
REDUÇÃO TAMBÉM NO BNDES
Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuaram 0,1% de dezembro para janeiro, somando um total de R$ 632,810 bilhões, conforme dados do Banco Central. Em 12 meses, a expansão está em 6,4% - abaixo da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 10,71% no mesmo período.
Em janeiro, houve avanço de 1,9% nas linhas de capital de giro (R$ 14,311 bilhões), queda de 0,1% no financiamento ao investimento (R$ 605,450 bilhões) e baixa de 1,1% nas operações para o setor rural (R$ 13,049 bilhões) por parte do banco de desenvolvimento.
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