Corte da taxa de juros ainda está distante

O desenrolar de algumas medidas nas próximas semanas serão fundamentais para o Comitê de Política Monetária (Copom) definir os rumos da Selic na reunião de agosto

Estadão Conteúdo
26/Jul/2016
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Corte da taxa de juros ainda está distante

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) diminui bastante a probabilidade de redução da taxa Selic na reunião de agosto, com o Banco Central (BC) iniciando o processo de diminuição dos juros em outubro com recuo de 0,25 ponto porcentual. 

A avaliação é do economista-chefe da Bozano Investimentos, Samuel Kinoshita. Na visão dele, o desenrolar de algumas medidas nas próximas semanas serão fundamentais para o BC. 

"A tramitação da PEC, do limitador de gastos pode demorar um pouco mais do que as próximas reuniões do BC. Precisa aproveitar a janela de oportunidade para colar as expectativas", disse.

A despeito de a ata ter mencionado que o ajuste das contas públicas pode envolver medidas com impactos diretos desfavoráveis sobre a inflação, porém sem citar quais seriam esses impostos, Kinoshita avalia que a Cide pode ser uma boa opção. 

"O BC não gosta muito da ideia da Cide, mas é um imposto bom, não é causador de inflação. Embora possa mudar o nível de preços, o impacto tende a não ser muito significativo. Tem uma janela de oportunidade muito importante que pode afetar as expectativas de inflação", avaliou. 

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, informou na segunda-feira (25/07) que o BC está preocupado com o impacto de uma eventual elevação da Cide combustível na inflação.

Apesar dos cenários de mercado e de referência considerarem IPCA em 6,75% em 2016, Kinoshita imagina que na ata o BC esteja considerando alívio nos preços dos alimentos à frente. 

"Isso é possível (desaceleração de alimentos)", afirmou. 

Para o economista, a inflação corrente dá sinais de arrefecimento, tanto que espera 0,23% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto. 

Em sua visão, se o ajuste fiscal evoluir e as expectativas inflacionárias diminuírem, há possibilidade de um ciclo total de cortes de juros significativo até 2017. Para este ano, ele estima Selic fechando em 13,25% e em 9,25% em 2017. "É um corte de 4 pontos. Não é pouca coisa", disse.

FOTO: Thinkstock

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