Conin apresentará plano de estímulo à inovação a candidatos à Prefeitura de SP

Segundo Alessandra Andrade (ao centro), coordenadora do Conin, da ACSP, o documento será elaborado por conselheiros dos setores empresarial e tecnológico e tem como norte atrair incentivos fiscais para manter empresas de tecnologia na cidade

Mariana Missiaggia
28/Mar/2024
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Conin apresentará plano de estímulo à inovação a candidatos à Prefeitura de SP

Como manter as empresas de tecnologia em São Paulo? É a partir desta provocação que Alessandra Andrade, coordenadora do Conselho de Inovação (Conin), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), espera conduzir uma discussão sobre políticas públicas para a capital paulista.

Terra de pelo menos 13 dos 24 unicórnios que o Brasil tem, segundo o ranking global da Startup Blink, que monitora o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação ao redor do mundo, São Paulo apresenta um ritmo de crescimento bastante acelerado em relação ao resto do país quando o assunto é tecnologia e inovação.

São cerca de 2,7 mil startups em um ecossistema de valor estimado de US$ 113 bilhões, ante uma média global de US$ 34,6 bilhões, de acordo com o Global Startup Ecosystem Report (GSER).

Alessandra destaca que o Brasil é a maior economia de toda a América Latina e São Paulo contribui com 10,3% do PIB nacional. Dessa forma, não precisa nem falar que as startups sediadas na metrópole têm as maiores perspectivas de crescimento. Mas, como tudo na vida, dá para melhorar.

Ao discutir o assunto com outros conselheiros do Conin, na sede do Pateo76, na última terça-feira (26), a coordenadora disse que a cidade possui uma combinação de possibilidades que precisa ser potencializada, como, por exemplo, a atuação de redes de apoio públicas e privadas em sintonia com o trabalho de hubs para melhorar o ambiente empreendedor.

Por reunir referências do mercado de inovação e startups, Alessandra aposta na habilidade do Conin em saber interpretar a dinâmica e necessidades do empreendedor de inovação na capital para, então, elaborar um plano municipal e entregá-lo como sugestão aos candidatos à prefeitura de São Paulo nos próximos meses.

De acordo com Alessandra, a ideia é dar continuidade ao trabalho que a ACSP já realiza nesse diálogo com o executivo e complementá-lo com contribuições do Conin. 

Os seguintes tópicos devem nortear o material:

• Como planejar e estruturar o município para o desenvolvimento;

• Facilitar a abertura e o funcionamento das MPEs;

• Como apoiar os microempreendedores individuais;

• Tratamento tributário favorecido e simplificado;

• Incentivar a cultura e a educação empreendedora;

• Acesso ao crédito;

• Acesso a novos mercados;

• Incentivar a inovação tecnológica;

• Incentivar o associativismo e cooperativismo;

• Apoiar o pequeno produtor rural.

A partir dessa discussão, o Conin deverá levantar os principais desafios, mas Alessandra já se arrisca a puxar alguns ganchos. Muitas startups vão para outras cidades com impostos e custos menores. Assim, o que pode ser feito para mantê-las em São Paulo?

Outro ponto levantado pela coordenadora do Conin é a relevância do Centro de São Paulo neste cenário. Nas palavras de Alessandra, o centro da capital foi retomado também pela presença e participação de muitas empresas de tecnologia e pequenos empreendedores que têm se esforçado para criar inovação, e isso poderia ser conectado a uma política pública.

"Seria uma boa oportunidade para efetivamente sairmos do discurso do "Vem Pro Centro" e ocupá-lo com gente jovem, criativa e que pode gerar muito desenvolvimento econômico-social", diz.

NOVOS MEMBROS

Outra ação divulgada durante a reunião do Conin foi a nomeação de nove embaixadores do Pateo76 com o intuito de aproximar as startups do mundo corporativo.

Ao recordar a trajetória do Conin, Alessandra destacou que quando o conselho foi criado, em 2019, a ACSP não tinha nenhum braço de inovação. Na época, foi preciso recorrer ao mercado para buscar a reputação que a entidade desejava construir. João Kepler, Fernando Seabra e Tania Gomes são alguns dos nomes importantes que deram início a essa história.

"O tempo foi passando e fomos precisando de empresários e conselheiros que pudessem acompanhar essas startups. O objetivo desse ano é olhar para dentro e gerar mais valor", diz.

A proposta, agora, é proporcionar que as startups que foram abraçadas pelo Pateo76 e que mais se relacionam com o Conselho façam parte de um grupo mais representativo da inovação, e assim focar em relacionamento e negócios entre os membros dessa própria comunidade.

Os embaixadores terão como missão criar programas, mentorias, palestras e, de alguma forma, representar a voz dessas startups e ajudá-las com divulgação.

Maycow Lenzi (Lucrefy), Rogerio O'Ryan (plataforma Venda Direta), Ale Carvalho (Go Page), Andreia Migliori (Workhub), Gabriel Rodrigues (Hermes), Laura Salles (PlurieBR), Regina Pedroso (Iusto), Janaine Nascimento (Hoff Analytics), e David Mendes (Agenzia MKT) são os nomes que formam a lista de embaixadores do Pateo76.

 

IMAGEM: ACSP

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