Carrefour retornará ao comércio online em 2016

Mesmo com cenário de crise, rede francesa de supermercados anuncia sua volta ao mundo virtual no segundo trimestre

Estadão Conteúdo
27/Nov/2015
  • btn-whatsapp
Carrefour retornará ao comércio online em 2016

Apesar da continuidade do quadro recessivo esperado para o ano que vem, o Carrefour, líder do setor de supermercados, planeja voltar para o comércio eletrônico no fim do segundo trimestre e pretende manter na operação brasileira da companhia o mesmo volume de investimentos deste ano. Mas a meta de abrir o capital, ainda mantida, não deve se concretizar nos próximos 12 meses.

"O mercado está ruim e não acreditamos que haverá uma janela em 2016. Estamos aproveitando o momento para melhorar a operação", disse o presidente da companhia no Brasil, Charles Desmartis.

Em 2012, a rede francesa deixou o comércio eletrônico, alegando que o seu foco era a reestruturação da operação no País. A previsão inicial era retornar para o e-commerce este ano, mas a volta foi adiada.

LEIA MAIS: Atacadista Roldão mantém planos de terminar 2016 com 30 lojas

Desmartis explicou que a opção da companhia foi esperar mais um pouco para retornar ao e-commerce porque quer primeiro ajustar o modelo negócio, que inclui logística e os sistemas.

Numa primeira etapa do comércio online, serão vendidos bens duráveis, tais como eletrodomésticos, eletrônicos, telefonia, entre outros.

Como mercado desses itens está em queda neste ano e não há perspectiva de mudanças para 2016, o presidente do Carrefour admitiu que reduziu as metas iniciais de vendas traçadas para o comércio online no ano que vem.

LEIA MAIS: Carrefour acelera abertura de mercadinhos

INVESTIMENTOS

A companhia não revela as cifras investidas, mas Desmartis disse que a intenção é manter em 2016 o nível de desembolsos deste ano.

Isso é relevante, pois há varejistas reduzindo as operações. Neste ano, o Carrefour abriu 33 lojas, entre as quais estão 17 do modelo Express, 12 de autosserviço do Atacadão, um hipermercado e três centrais de distribuição e atacado do Atacadão. 

Além disso, foram reinaugurados 20 hipermercados sob o conceito "nova geração" e quatro supermercados Carrefour Bairro revitalizados.

Desmartis afirmou que a rede deve continuar abrindo lojas da bandeira Atacadão e reformando hipermercados no mesmo ritmo de 2015. Além disso, espera acelerar as inaugurações dos mercados de proximidade com a bandeira Carrefour Express.

"Nossa ambição para o Express é de abrir mais lojas do que este ano", afirmou. Hoje a operação da empresa no Brasil é a segunda mais importante para o grupo no mundo, atrás apenas da França.

LEIA MAIS: Rede Dia % diversifica lojas e investe em marca própria

Desmartis afirmou que o grupo voltou a investir no Brasil em 2014 como parte de uma decisão global de apostar em mercados que são relevantes.

Neste ano, apesar do cenário macroeconômico conturbado, a companhia exibe desempenho positivo. As vendas, considerando as mesmas lojas cresceram acima de 7% de janeiro a setembro deste ano em relação a igual período de 2014. Nesse mesmo intervalo, o mercado recuou, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados.

Um das razões apontadas por Desmartis para o resultado positivo é a base de comparação fraca para a empresa, que foi 2014. "Mas também acreditamos que temos um potencial de melhoria nas nossas operações que deve continuar a compensar a piora do cenário no País."

BR DISTRIBUIDORA

Charles Desmartis, negou os rumores de que o grupo tenha demonstrado interesse na compra de uma fatia da BR Distribuidora. Notícias dos últimos meses listaram a empresa entre os possíveis compradores de uma fatia de 25% a 40% da subsidiária de distribuição da Petrobras.

"De jeito nenhum", respondeu ele, questionado se a companhia estaria olhando o negócio. O executivo afirmou que os planos do Carrefour são de crescimento orgânico no negócio de postos de combustível - hoje, 72 espalhados pelo País. "Vamos continuar a abrir novos postos", disse.

Desmartis disse que a empresa segue atenta a oportunidades de aquisição de operações de varejistas regionais. A chance de novas consolidações no setor de supermercados tem sido levantada por analistas diante do momento de maior pressão de caixa que companhias de menor porte.

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

 

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis