Abilio Diniz, ex-Pão de Açúcar, será acionista do Carrefour

Seu retorno ao varejo coloca em pauta o risco de conflito de interesses, já que Diniz é também acionista e presidente do conselho de administração da BRF, fornecedora do Carrefour

Estadão Conteúdo
18/Dez/2014
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Abilio Diniz, ex-Pão de Açúcar, será acionista do Carrefour

O Carrefour informou nesta quinta-feira (18) ter concordado em vender uma participação de 10% em sua unidade brasileira por 525 milhões de euros (cerca de US$ 654 milhões) para a Peninsula,  empresa de investimento controlada por Abílio Diniz.

"Esta transação é um primeiro passo importante no plano, anunciado anteriormente pelo presidente e executivo-chefe do grupo Carrefour, Georges Plassat, de trazer investidores externos para o capital da sua subsidiária brasileira, a fim de reforçar os seus laços locais e apoiar o seu crescimento", disse o varejista em um comunicado.

Diniz, que é o presidente do conselho da BRF, fabricante de alimentos que reúne as marcas Sadia e Perdigão, anteriormente comandou o maior grupo de varejo do país, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), que é controlado hoje pelo grupo de varejo francês Casino.

Diniz renunciou ao cargo de presidente do GPA em 2013, na sequência de conflitos com Casino depois que ele tentou sair de um acordo de 2005 para entregar o controle do GPA, que foi fundado por sua família.

O Casino assumiu o controle do GPA, conforme acordado, depois de Diniz tentar unir a companhia com a unidade brasileira do rival do Casino na França, o Carrefour.

Conflito de interesse?

O retorno de Abilio Diniz ao varejo, com a compra de 10% da fatia do Carrefour Brasil, coloca mais uma vez em pauta o risco de um conflito de interesses, devido à dupla condição de acionista e presidente do conselho de administração da BRF, fornecedora do Carrefour.

No entanto, para fontes do mercado, o tema poderá ter um final diferente por conta do bom relacionamento dele com outros acionistas tanto do varejista como da fabricante.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode analisar o tema. Para um analista, o fato de a BRF estar hoje num bom momento operacional e de as ações estarem se valorizando na Bolsa deve diminuir o risco de desentendimentos na companhia. “A contribuição de Abilio para os resultados da BRF tem sido vista como relevante”, comenta.

O tema do conflito de interesses surgiu pela primeira vez em 2013, quando Diniz ainda estava no GPA, acumulando a presidência do conselho de administração do grupo e da BRF, expondo as divergências entre Diniz e o Casino.

 

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