A história por trás da Goldko, marca de chocolates da família Kopenhagen

Após 28 anos da venda da empresa, Gregory e Chantal, bisnetos do fundador da Kopenhagen, retornam ao mercado ao lado do pai, Paulo (ao centro) com uma marca que cresce 55% ao ano produzindo doces sem açúcar

Mariana Missiaggia
03/Out/2024
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A história por trás da Goldko, marca de chocolates da família Kopenhagen

A vontade de empreender fez os irmãos Gregory e Chantal Kopenhagen buscarem na memória afetiva inspiração para fundar a GoldKo. A marca de chocolates, que vem sendo desenvolvida desde 2015, só há quatro anos encontrou a sua fórmula atual: um negócio de doces sem açúcar e que cresce 50% ao ano com 7 lojas franqueadas, 15 mil pontos de venda e também pelo e-commerce.

Bisnetos de David Kopenhagen, que fundou em 1928 a marca brasileira de chocolates que leva o sobrenome da família, Gregory e Chantal tiveram pouco contato com essa parte da história que atravessou gerações e se tornou um império. Paulo, o pai da dupla, foi diretor-geral e trabalhou na empresa por 40 anos até ela ser vendida para Celso Moraes, em 1996.

Ainda assim, o assunto chocolate sempre rodeou as conversas dos Kopenhagen. "Meu pai é um chocolateiro, e quando apresentei a ideia GoldKo para ele, me disse que se eu tocasse a operação me ajudaria com as criações", disse Gregory, que ocupa o cargo de CEO, enquanto sua irmã Chantal é a responsável pelas franquias e comunicação da marca. Paulo é um dos investidores e participa dos desenvolvimentos de produtos.

Nos primeiros anos, a disputa da família era pelo mercado tradicional de chocolates, com vendas em supermercados, padarias e farmácias. Até que, em 2018, tudo mudou. Sempre testando novidades, Paulo surgiu com "o melhor chocolate" que Gregory já havia provado - uma versão sem açúcar.

Aprovado pelo trio, o novo chocolate foi colocado no mercado e performou bem. Entretanto, os clientes não percebiam sua grande vantagem. "Era tão bom que se vendia como um chocolate tradicional. Então entendemos que todos os produtos tinham que ter essa premissa de saudabilidade", diz.

Foram dois anos adaptando tudo o que a marca já vendia e criando novos produtos. Finalmente, em 2020, a marca foi refundada e até de nome mudou, passando a se chamar GoldKo. O posicionamento também ganhou outro tom: além de chocolates, entraram marshmallows, barras de proteína e sorvetes sem adição de açúcares. Entre os destaques da marca estão as duas versões de marshmallow: uma em pote para comer de colher, e o bombom recheado com a guloseima.

Para se realçar nas prateleiras, tudo é embalado em papeis hipercoloridos e divertidos, dando destaque à frase 'zero adição de açúcares'. Nas palavras de Gregory, era preciso se afastar do padrão de cores normalmente usado por produtos zero açúcar, em tons escuros, que transmitem a ideia de algo adaptado, sério e que não terá o mesmo sabor de um chocolate tradicional - uma estratégia para transmitir leveza, para que os consumidores rompessem a barreira da experimentação, e confirmassem o potencial de um produto que pode ser saudável e saboroso ao mesmo tempo.

Para isso, a família investiu muito em ações de degustação em supermercados, eventos e feiras de negócios, de forma que o chocolate fosse apresentado – e experimentado – pelo público. A entrada no mercado se deu pelo varejo tradicional, com venda em mercados, farmácias e lojas de produtos naturais. Hoje, a marca já ocupa as prateleiras de mais de 15 mil lojas em todo o país.

No detalhe, primeira loja física da marca, aberta em 2021 no Shopping Eldorado

 

DELÍCIAS FRANQUEADAS, CAPACIDADE DUPLICADA

Para ampliar ainda mais o alcance ao público e se apresentar de uma forma diferente, apostaram em lojas físicas da marca. A abertura da primeira delas foi no Shopping Eldorado, em São Paulo, em 2021, onde os clientes puderam ter contato com a linha completa de produtos, além dos blends exclusivos de café.

Daí em diante, outras dez lojas franqueadas foram abertas e nos últimos dois anos, a empresa investiu mais de R$ 5 milhões para estruturar sua operação de franquias. Com outras lojas sendo negociadas e implantadas, a expectativa é de pelo menos 30 novas operações mapeadas até o fim de 2025.

Hoje, cerca de 85% da receita vem de varejistas, como supermercados e farmácias. O franqueamento é, no entanto, o motor para a expansão futura. Nas palavras de Gregory, todas as unidades de negócios crescem bastante, em torno de 50% ao ano, e por isso o CEO acredita que  a franquia deve passar ou se igualar com o negócio de varejo. Com a pandemia, o e-commerce também foi acelerado, e responde por cerca de 5% das vendas.

"Nossa estratégia é criar um ecossistema de indulgências saudáveis ao longo do tempo, com os melhores e mais gostosos produtos de categorias correlatas ao chocolate", sinaliza.

Para 2025, Gregory aposta manter o crescimento do negócio na casa de 50%, o que segundo ele tem trazido uma série de desafios, como a capacitação de pessoas, processos mais bem estruturados, e produtividade industrial.

Para sustentar esse crescimento, a empresa finalizou o ciclo de investimentos 2023/2024, que totalizou o montante de R$ 15 milhões na extensão da sua fábrica de Varginha, em Minas Gerais. Com ele, a empresa expandiu sua capacidade produtiva em quatro vezes, chegando a 1,2 milhões de quilos por ano entre produtos maciços e recheados.

Para 2025, o executivo sinaliza um novo ciclo de investimentos em que a capacidade será duplicada, chegando a 2,4 milhões de quilos por ano. 

FOTOS: Divulgação

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