A força do Brasil: um gigante além dos governos

‘Em vez de criar um ambiente favorável para o crescimento econômico, o governo insiste em uma política expansionista sem o devido controle de gastos, aumentando o risco fiscal e afastando o capital produtivo’

Ramy Moscovic
17/Fev/2025
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A força do Brasil: um gigante além dos governos

*Ramy Moscovic é vice-presidente da ACSP e da CACB

O Brasil é, sem dúvida, um país extraordinário.

Desde o seu nascimento, foi abençoado com uma riqueza natural incomparável, terras férteis, recursos abundantes e uma biodiversidade única.

É um país que já nasceu rico, independentemente das circunstâncias políticas ou econômicas que o cercam.

Sua história começou com a chegada dos portugueses, que encontraram aqui povos indígenas com culturas ricas e sofisticadas.

Com o passar dos séculos, imigrantes de diversas origens desembarcaram em terras brasileiras, trazendo consigo suas tradições, conhecimentos e força de trabalho.

Dessa fusão nasceu um povo vibrante, resiliente e capaz, que carrega no sangue a mistura de múltiplas nações e, no coração, a alegria e a criatividade que só o Brasil tem.

Apesar de suas incontáveis riquezas, o Brasil sempre enfrentou desafios estruturais.

Desde os tempos da colonização, quando o país foi explorado pela coroa portuguesa por mais de 300 anos, até os dias de hoje, as oportunidades nunca foram distribuídas de forma igualitária.

No entanto, o espírito do povo brasileiro se mantém inquebrantável, superando obstáculos e criando caminhos para prosperar, mesmo diante das dificuldades.

O Brasil é muito maior do que qualquer governo.

Sua força está na sua terra, na sua gente e na sua capacidade infinita de se reinventar.

O Brasil Contemporâneo: Superando Crises

Esse panorama inicial serve como introdução à história mais recente do Brasil, um país que sobreviveu e cresceu apesar das sucessivas políticas econômicas equivocadas, independentemente de terem sido conduzidas por governos de centro, esquerda ou direita.

O Brasil enfrentou momentos de hiperinflação avassaladora, episódios de maxidesvalorização cambial e sucessivas mudanças de moeda, um reflexo da instabilidade econômica que marcou diferentes períodos da sua história.

Foram planos econômicos fracassados, intervenções desastrosas e crises que, em muitos países, poderiam ter levado a um colapso irreversível.

Mas o Brasil, com sua resiliência inata, nunca esmoreceu.

Pelo contrário: superou cada uma dessas adversidades e continuou avançando.

O que se vê ao longo da trajetória do país é uma força econômica que persiste além dos ciclos políticos.

A despeito de erros e retrocessos governamentais, o Brasil sempre encontrou caminhos para crescer, impulsionado por sua riqueza natural, pelo trabalho incansável de sua população e pela capacidade de se reinventar diante das dificuldades.

Se há uma lição que a história brasileira nos ensina, é que sua potência econômica não está atrelada a um governo específico, mas sim à sua essência como nação.

O Brasil é maior que qualquer crise e seguirá crescendo, independentemente dos desafios que surjam pelo caminho.

Desafios da Atualidade

Chegamos, então, aos dias de hoje e ao atual governo, que, desde o início, tem adotado uma política de relações exteriores equivocada, contrariando a tradição diplomática do Itamaraty.

O Brasil sempre se destacou no cenário internacional como um país conciliador, pragmático e voltado para a construção de pontes entre diferentes nações e blocos econômicos.

No entanto, nos últimos anos, essa postura tem sido substituída por alinhamentos ideológicos que prejudicam nossas relações comerciais e estratégicas.

Em vez de buscar acordos equilibrados e vantajosos para o país, o governo atual optou por se aproximar de regimes autoritários que possuem baixo compromisso com a democracia e com a economia de mercado.

Essa escolha compromete a imagem do Brasil no exterior e afasta investidores que buscam previsibilidade e segurança institucional.

Em um mundo globalizado, onde competitividade e confiabilidade são essenciais, essa postura não apenas isola o país, mas também prejudica diretamente sua economia.

No campo econômico, a atual gestão enfrenta desafios ainda mais profundos.

A macroeconomia brasileira sofre com a falta de coesão dentro do próprio governo.

Enquanto o ministro da Fazenda e sua equipe tentam sinalizar um compromisso com o equilíbrio fiscal e a responsabilidade econômica, o presidente e outros membros do governo frequentemente fazem declarações contraditórias, criando um ambiente de incerteza e instabilidade.

Essa falta de alinhamento desorienta o mercado, que precisa de direções claras para operar com segurança e planejar investimentos de longo prazo.

É fundamental entender que o mercado não é um inimigo do país, mas sim um dos principais motores da economia.

Empresários e investidores, com todas as suas imperfeições, são os responsáveis por gerar empregos, movimentar a indústria e sustentar a arrecadação tributária que mantém a máquina pública funcionando.

No entanto, em vez de criar um ambiente favorável para o crescimento econômico, o governo insiste em uma política expansionista sem o devido controle de gastos, aumentando o risco fiscal e afastando o capital produtivo.

O teto de gastos, um mecanismo essencial para garantir que o país não ultrapasse seus limites financeiros, vem sendo tratado com descaso, e o orçamento público parece cada vez mais uma questão secundária.

Enquanto isso, setores estratégicos do governo tentam manter um mínimo de estabilidade econômica.

O Banco Central, por exemplo, tem buscado atuar de forma técnica e responsável, mas sofre pressões políticas que frequentemente tentam interferir em sua autonomia.

Esse embate entre governos e a autoridade monetária não é novidade no Brasil, mas se tornou ainda mais intenso nos últimos anos, dificultando a implementação de uma política econômica previsível e confiável.

O Brasil já enfrentou inúmeros desafios ao longo de sua história e, apesar dos governos, continua a crescer e evoluir.

No entanto, a questão que se impõe é: até quando dependeremos apenas da resiliência da nossa economia e do esforço da iniciativa privada para sustentar o país?

O futuro exige responsabilidade, planejamento e visão de longo prazo.

O Brasil tem todas as condições para ser uma potência econômica de fato, mas precisa de políticas que respeitem sua vocação natural para o crescimento e a inovação.

Dedicatória

Aos meus queridos amigos Alfredo Cotait Neto e Johnny Saad, dois exemplos notáveis de empresários brasileiros que, apesar de trajetórias e características distintas, compartilham o espírito empreendedor e a dedicação incansável ao progresso do país.

Alfredo, além de empresário, é um líder associativista cuja atuação voluntária fortalece o empreendedorismo nacional.

Sua contribuição à frente da Associação Comercial de São Paulo, da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e da Confederação das Associações Comerciais do Brasil, bem como sua passagem pelo Senado,  demonstram seu compromisso inabalável com o desenvolvimento econômico e a defesa do setor produtivo.

Johnny, por sua vez, também empresário, honra o legado de seu pai, João Jorge Saad, conduzindo com visão e competência a Rede Bandeirantes de Comunicação.

Sob sua liderança, a Band se consolida como uma emissora comprometida com um jornalismo eficiente, responsável e independente, tornando-se uma verdadeira aliada do empreendedorismo brasileiro.

Essa dedicatória representa um testemunho do verdadeiro gigante que é o Brasil, um país onde imigrantes de diferentes origens, como árabes e judeus, não apenas convivem em harmonia, mas também constroem amizades sólidas e, muitas vezes, tornam-se sócios em negócios de grande impacto.

Por essas e tantas outras razões, reafirmo: o Brasil é, sim, um gigante, independente da gestão de qualquer governo!

Com admiração e respeito, dedico a vocês este trabalho.

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