5 cidades paulistas estão entre as 10 mais empreendedoras do país
Sorocaba, Campinas (foto) e Ribeirão Preto conquistaram posições no ranking da Endeavor e agora figuram entre os dez municípios mais férteis para o crescimento de empresas no Brasil

Pelo segundo ano consecutivo, São Paulo lidera o ranking das cidades mais empreendedoras do Brasil. Em segundo lugar está novamente a cidade de Florianópolis.
A pesquisa, realizada pela Endeavor, mapeia 32 municípios brasileiros. Para formular essa lista, sete quesitos são considerados: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.
A capital paulista abriu uma vantagem em relação ao ano anterior e se destaca graças ao seu transporte interurbano, desenvolvimento econômico e capital disponível.
Já a cidade catarinense se distingue pelo custo dos impostos, inovação e mão de obra qualificada.
Até aí não existem muitas novidades. As surpresas neste ano ficaram por conta das cidades do interior paulista. Campinas subiu uma posição em relação à pesquisa anterior e aparece na terceiro lugar.
São José dos Campos manteve-se na sexta colocação. Sorocaba saltou da 15ª para a oitava. Ribeirão Preto ganhou duas posições e passou a ocupar o décimo posto no ranking.
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Todas as cidades paulistas pesquisadas ficaram entre as dez primeiras posições. O Estado é, de longe, o que mais se destaca no ranking. Veja a lista completa abaixo.
O interior sobressai, de forma geral, pela qualidade de vida e custos mais baixos. Essas cidades também avançaram em dois outros pontos: capital humano e inovação.
Sorocaba, por exemplo, foi um dos destaques deste ano. A cidade atingiu a maior pontuação no quesito mercado, que abrange o desenvolvimento econômico e os clientes potenciais.
Motivos para a evolução da cidade no ranking não faltam: mais de 1.500 indústrias instaladas, um parque tecnológico, boa infraestrutura e mão de obra qualificada. Com esse solo fértil, cerca de 80 startups foram fundadas na região nos últimos anos.
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Para esse mesmo caminho segue São José dos Campos, que foi a primeira colocada em inovação.
Além de sediar a Embraer e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a cidade também se destaca no número de mestres e doutores e de trabalhadores na área da ciência e tecnologia.
Campinas foi uma das cidades mais bem colocadas em infraestrutura e mercado. Além disso, a prefeitura campineira aumentou as compras de empreendedores em 16% no último ano.
A cidade também teve uma boa pontuação em mobilidade urbana, mesmo com quase um milhão de habitantes.
A educação é outro ponto forte dos campineiros. Os alunos matriculados em cursos de ensino superior de alta qualidade subiram de 17,1% para 26,1%.
Já Ribeirão Preto ficou bem posicionada nos pilares de ambiente regulatório e infraestrutura. Isso se deve, principalmente, ao custo dos impostos: a cidade cobra o quarto menor IPTU do Estado e o terceiro menor ISS entre todas as cidades pesquisadas.
Com base nesses e outros dados da pesquisa, é possível perceber que o interior cresce mais rápido do que as capitais, mesmo durante período de desaceleração econômica.
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Apesar das boas colocações das cidades paulista, ainda há muitos desafios. A capital ainda sofre com a falta de mão de obra qualificada.
Apesar de abrigar universidades de ponta, a quantidade de pessoas com essa formação ainda é insuficiente para a grande demanda.
De forma geral, todas as cidades do Estado estão mal posicionadas no quesito cultura empreendedora, que avalia o potencial para empreender com alto impacto e a imagem do empreendedorismo.
Nesse item se destacaram Natal, Teresina e Maringá.
O acesso ao capital também ainda é muito limitado nas cidades do interior, se comparado com os números paulistanos.
Além disso, Sorocaba precisa melhorar no quesito ambiente regulatório, o município está entre as cidades com custos de impostos mais altos.
Numa análise nacional, o país ainda há muito que melhorar. “De forma geral, tudo acontece no sul e no sudeste.”, afirmou Juliano Seabra , presidente da Endeavor.
As melhores cidades do Centro-Oeste, Nordeste e Norte são Brasília na 16ª, Recife na 18ª e Belém na 26ª. Essas regiões apresentam grandes déficits em itens como infraestrutura, mão de obra e inovação.