4 razões mostram como o urbanismo pode favorecer a economia de SP

Economistas e urbanistas apontam o planejamento como instrumento de maior potencial para favorecer o ambiente de negócios na capital paulista

Mariana Missiaggia
29/Set/2016
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4 razões mostram como  o urbanismo pode favorecer a economia de SP

A cidade de São Paulo passou os últimos quatro anos discutindo a revisão do PDE (Plano Diretor Estratégico) e da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, conhecida como Lei de Zoneamento.

Instrumentos de planejamento urbano, eles devem nortear investimentos de grande impacto no desenvolvimento econômico de cada cidade. No caso de São Paulo, essas ações têm surgido na grande maioria, por meio de parcerias público-privadas, chamadas de PPPs.

Para debater o papel da administração pública e propostas capazes de transformar a realidade paulistana, o NEU (Núcleo de Estudos Urbanos), da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), reuniu economistas e urbanistas, que debateram o tema, nesta quarta-feira (28/09). Veja o que eles falam sobre isso:

1. UMA CIDADE BEM PLANEJADA GERA MAIS OPORTUNIDADES DE CONSUMO

Cidades dinâmicas com usos diversificados e mistos possibilitam que as pessoas possam reduzir seus deslocamentos.

Ao perder perder menos tempo no trânsito e economizar com combustível, a população ganha em qualidade de vida -mais tempo com a família, para se divertir, e fazer compras.

Para Eduardo Della Manna, arquiteto e urbanista, além de redescobrir sua vocação, a capital precisa detalhar quais tipos de negócios e atividades estão instalados nela, e entender por que eles permanecem, em vez de deixar a cidade, como muitas indústrias fizeram.

"O que é a base produtiva da cidade, hoje? Temos uma reserva de áreas que o Zoneamento determina como industrial, mas qual a relevância disso?", indaga Della Manna.

2. MOBILIDADE TEM FORTE IMPACTO NA ECONOMIA

Os investimentos em mobilidade urbana tornam qualquer cidade mais atraente para as empresas que pretendem construir novas fábricas ou escritórios, de acordo com Carlos Leite, arquiteto e urbanista.

Se uma cidade quer crescer, atrair mais empregos, indústrias e negócios, uma medida prioritária é investir em infraestrutura de transporte.

"Muitos estudos mostram os ganhos econômicos, além do aumento de receita com impostos e a maior oferta de empregos", diz.

Esse tipo de investimento não é só uma maneira de atrair novos negócios para cidade, mas também de manter e desenvolver os que já existem dentro dela.

LEIA MAIS: ACSP reforça a inclusão do CNAE ao decreto de usos

3. UMA CIDADE BEM PLANEJADA GERA MAIS EMPREGOS

O número de desempregados na cidade de São Paulo chegou a 1,953 milhão, em agosto, de acordo com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Tomás Wissenbach, diretor do departamento de informações da SMDU (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano), acredita que um bom planejamento urbano possa diminuir esse número. "A urbanização melhora os indicadores sociais".

Na opinião de Wissenbach, a regularização de comércio e indústria, por exemplo, um dos principais desafios do Zoneamento, é uma maneira de asssegurar maior número de vagas de trabalho na cidade.

"Demarcar boa parte da cidade como ZM (Zona Mista), onde são permitidos comércio e residência, transforma o Zoneamento em um instrumento de desenvolvimento econômico muito importante para a geração de empregos", diz. 

4. UM BOM PLANEJAMENTO URBANO GERA MENOS DESIGUALDADE

Moradia, emprego e segurança são as principais preocupações da população, e estão diretamente, vinculadas ao desenho urbano de cada território, segundo Danilo Iglori, economista da FEA/USP.

Estender esses serviços e infraestrutura para bairros dormitórios é fundamental para desenvolver a economia local e também uma maneira de induzir uma cidade mais compacta.

O novo Plano Diretor Estratégico da cidade, por exemplo, prevê adensamento habitacional nos principais eixos de transporte.

"As oportunidades, contudo, ainda estão extremamente centralizadas. É preciso descentralizar", diz Iglori.

FOTO: Thinkstock

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