O melhor do Carnaval e da MPB na esquina cantada por Caetano
Fundado em 1948, o Bar Brahma mantém a tradição do Carnaval de marchinhas, boa comida e chope barato
A deselegância discreta das meninas imortalizadas por Caetano Veloso em Sampa ainda é vista pelas redondezas. E muita coisa ainda acontece no coração de quem passa pela esquina da Ipiranga com a São João.
A canção foi gravada em 1978, o Bar Brahma foi fundado 30 anos antes, em 1948. Há muito o local deixou de ser simplesmente um bar. Virou ponto turístico.
A casa mantém a tradição de ser uma das mais procuradas por quem quer brincar no Carnaval, ao som das velhas marchinhas. Neste domingo (26/02), a banda de Bia Góes comanda a folia, a partir das 21 horas. O ingresso, para homens e mulheres, custa R$ 30,00.
Nos outros dias, o bar segue a programação normal, à disposição em seu próprio site [clique aqui]
O estabelecimento despontou numa época em que o centro da cidade fervilhava. Era chique frequentar cinemas e teatros da região.
Tudo de São Paulo passava por ali. As melhores lojas comerciais e as maiores e mais importantes agências bancárias ficavam nas imediações.
No final da década de 1990, o centro entrou em decadência. Redes de lojas famosas e os bancos mais importantes foram para a Paulista e posteriormente para as avenidas Faria Lima e Luís Carlos Berrini.
Foi um baque para uma casa. que havia sido ponto de encontro de personalidades dos meios acadêmico e político. como Jânio Quadros, Ademar de Barros e Fernando Henrique Cardoso.
Das artes, especialmente da música, o palco da casa já recebeu astros da maior importância da MPB como Demônios da Garoa, Cauby Peixoto,Tobias da Vai Vai, Ângela Maria, Adoniran Barbosa, Orlando Silva, Ari Barroso e Vicente Celestino, entre outros.
Nos fervilhantes anos 60, o Bar Brahma foi palco de discussões políticas promovidas pelos estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Serviu também de cenário para fazendeiros do interior paulista.
A deterioração da região central atingiu em cheio o bar no início dos anos 90, quando fechou as portas. A reabertura se deu em 1997, com o nome de “São João 677”. Na ocasião, trocou a Brahma pela Kaiser e teve a arquitetura restaurada.
A tentativa não deu certo e a casa encerrou as atividades no ano seguinte.
Em 2001, ressurgiu com o nome original. Hoje recebe em média 700 visitantes por dia. Tem uma agenda fixa de shows.
Recentemente, a cozinha do bar foi repaginada. O responsável pela mudança foi o premiado chef Marcelo Corrêa.
Foram criadas receitas exclusivas, como os Camarões com quiabo na farinha de fubá com molho à base de dendê, amendoim e pimenta, ao preço de R$ 82,00.
Clássicos ganharam toques autorais, como o frango ao molho agridoce de gengibre a R$ 25,00. Na linha do trivial bem feito, a ideia foi trazer novidades sem descaracterizar o tradicional cardápio.
Por lá também você vai saborear os Chips de Jiló, em finas rodelas levemente empanadas e crocantes, a R$ 14,00. E tem também o tradicional chope da casa, tirado ao gosto do cliente.
Cauby Peixoto encantou as plateias da casa até poucos meses antes de sua morte, em 15 de maio de 2016.
Ficou imortalizado no bar e virou nome de um prato clássico: Cauby Peixoto, picadinho de filé mignon com molho à base de Brahma Black, acompanhado de arroz, farofa, ovo frito e pastelzinho de banana.
Todos os sábados, é oferecida a tradicional feijoada com samba. Vale destacar as saborosas pizzas na pedra. Importante:
De segunda a sexta-feira, das 11 ás 17 horas, o chope sai por R$ 5,99 e das 17 às 20 horas, o preço cai para R$ 4,99.
São três ambientes: salão principal, Esquina Sampa Inferior e Superior, Boulevard e Brahminha. Em cada um desses espaços, uma programação musical diferente – três por noite.
Serviço:
Bar Brahma Centro
Av. São João 677 – Centro SP
Telefone: (11) 20391250 – Capacidade: 480 pessoas
Horários de funcionamento: Segunda a Quinta das 11 à 1 hora- inclusive feriados.
Cartões de Crédito: Todos. Cartões de Débito: Todos
Aceita tickets. Não aceita cheques.
Ar-condicionado. Wi-fi. Área para fumantes.
Acesso para deficientes físicos – Estacionamento com manobrista.
FOTOS: Divulgação