Material de construção: queda de 8,4% em outubro
Pesquisa da Abramat também mostra que houve uma baixa de 7,8% no nível de empregos do setor, comparado com o mesmo mês do ano passado
O faturamento das indústrias de materiais de construção caiu 8,4% em outubro de 2016 ante o mesmo mês de 2015, de acordo com a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).
Com relação a setembro deste ano, no entanto, houve crescimento de 8,6%. De janeiro a outubro de 2016, houve retração de 12,1% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Já na base acumulada dos últimos 12 meses, a queda foi de 13,2%.
A pesquisa mostra também uma baixa de 7,8% no nível de empregos na indústria de materiais de construção em outubro, comparado com o mesmo mês do ano passado. Em relação a setembro de 2016, o crescimento foi de 0,2%.
O presidente da Abramat, Walter Cover, afirma que a queda nas vendas está relacionada tanto à retração das obras das construtoras quanto à baixa nas vendas no varejo.
"As causas continuam as mesmas, como alto desemprego, perda de renda, dificuldades com crédito e economia em queda. Estas razões fazem com que as famílias e os empresários posterguem reformas e novas construções", diz Cover, em nota.
EMPREGO
O nível de emprego no setor da construção civil do país recuou em 1,14% no último mês de setembro sobre agosto, o que representou o corte de 30.823 trabalhadores.
No acumulado do ano até setembro, foram suprimidas 225.069 vagas e, em 12 meses, 460.014. Os dados do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) referem-se à pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), feita em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo o levantamento, o setor vem reduzindo as contratações há dois anos e já eliminou, nesse período, 899.913 mil postos de trabalho. Em 2016, pelas estimativas do SindusCon-SP, as dispensas devem atingir 500 mil.
Em outubro de 2014, a base de trabalhadores era de 3,57 milhões e caiu para 2,678 milhões.
As maiores quedas ocorreram nas empresas relacionadas a obras de acabamento (-1,30%) e imobiliário (1,29%). Já nos nove primeiros meses do ano, houve diminuição de 17,76% no segmento imobiliário e de 14,92%, nas empresas que lidam com a preparação de terreno.
Por região, o Sudeste aparece com o recuo mais expressivo (1,36%), seguido do Nordeste (-1,16%).
Na avaliação do presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a retomada do emprego só vai ocorrer por meio do reaquecimento da economia e, para isso, serão necessárias medidas estruturais como as reformas tributária e trabalhista, a racionalização das despesas do governo, a diminuição dos juros, a elevação da oferta de crédito e a agilização das concessões e parcerias público-privadas da União, estados e municípios.
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