Indústria da construção corta 437 mil vagas em 12 meses
Em novembro, 58 mil postos de trabalho foram fechados pelo setor no país, de acordo com o SindusCon-SP
A indústria da construção civil fechou 58 mil postos de trabalho em todo o país no mês de novembro.
Com isso, o total de pessoas empregadas no setor atingiu 2,582 milhões, uma queda de 2,2% na comparação com outubro, o que representou a 26ª redução mensal consecutiva no nível de emprego do setor.
Os dados são do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
O levantamento também mostra que a quantidade de trabalhadores ativos na indústria da construção recuou 14,5% nos últimos 12 meses até novembro, o equivalente ao corte de 437 mil postos.
Já no acumulado de 26 meses, mais de 990 mil trabalhadores perderam os seus empregos.
O agravamento do desemprego na construção em novembro já era esperado, de acordo com o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.
"Além da queda contínua no volume de obras, os dois últimos meses do ano sazonalmente se caracterizam como um período de redução do nível de emprego no setor, pois muitas obras são concluídas e novas serão iniciadas somente no ano seguinte."
Um dos fatores preocupantes, entretanto, é a continuação da queda dos indicadores de atividade dos segmentos antecedentes de novas obras: preparação de terrenos e engenharia e arquitetura, que em novembro caíram 3,73% e 1,87%, respectivamente.
"Trata-se de um claro sinal de que o volume de novas obras continuará se reduzindo nos próximos meses, o que deverá desempregar ainda mais gente no setor da construção. Precisamos urgentemente de medidas emergenciais e mais reformas microeconômicas para reverter esse cenário", cita nota divulgada pelo sindicato.
Foto: Estadão Conteúdo