Imóveis: preço tem a maior alta em um ano
O valor médio das vendas no país subiu 0,12% em setembro, a maior variação, na comparação mensal, desde julho de 2015, de acordo com índice FipeZap
O preço anunciado dos imóveis residenciais subiu 0,12% entre agosto e setembro, na média de 20 cidades brasileiras. Trata-se da maior alta mensal registrada desde julho de 2015, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (05/10), pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base nos anúncios do site Zap Imóveis.
Considerando a inflação prevista de 0,24% para setembro - conforme projeções do Boletim Focus, do Banco Central - os imóveis continuam passando por desvalorização.
Nos últimos meses, o preço sofreu pressão de baixa devido à crise econômica que também afetou o mercado imobiliário e fez os consumidores adiarem o fechamento de negócios. Com isso, os preços subiram apenas 0,27% no ano e 0,22% nos últimos 12 meses, segundo o Índice Fipezap.
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O resultado de setembro sugere uma melhora, mas ainda não caracteriza, de fato, o início de um ciclo de recuperação no setor, avalia o coordenador do Índice Fipezap, Eduardo Zylberstajn.
"É um aumento muito tímido e abaixo da inflação. Não dá pra dizer que o mercado imobiliário já chegou a uma inflexão", diz Zylberstajn, que explica que ainda é preciso esperar por novos resultados positivos.
Zylberstajn observa que a mudança no governo federal melhorou os ânimos de empresários e investidores porque a nova gestão esclareceu qual caminho pretende seguir para tirar o País da crise. No entanto, a adoção das medidas de ajuste fiscal pelo governo depende de negociações com o Congresso e de apoio popular.
"Para o País voltar a um ciclo positivo, o governo precisa entregar o que prometeu", apontou o coordenador, acrescentando que a recuperação dos preços no mercado imobiliário está associada à melhora do quadro macroeconômico.
"Ainda não vejo essa retomada acontecendo com consistência. Acredito que os preços ainda vão levar um tempo para se recuperar."
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Entre as 20 regiões inseridas no Índice Fipezap, oito mostraram queda nominal nos preços em setembro, entre as quais: São Paulo (-0,01%), Campinas (-0,06%) e Distrito Federal (-0,19%). Por outro lado, 12 cidades tiveram alta no mês. Entre elas, está o Rio de Janeiro (0,09%), onde os preços vinham caindo seguidamente.
Em setembro, o valor médio do metro quadrado anunciado das 20 cidades alcançou R$ 7.644. O Rio de Janeiro se manteve como a cidade mais cara do País (R$ 10.232/m2), seguida por São Paulo (R$ 8.612/m2) e Distrito Federal (R$ 8.544/m2).
*IMAGEM: Thinkstock