Em quase 70% das PMEs, parentes são sócios ou funcionários
Resultado faz parte de um estudo produzido pelo Sebrae Nacional. Mas para dar certo, relação deve priorizar o lado profissional
Dizem que misturar amizade e família com negócios pode ser arriscado. Mas a realidade brasileira mostra que 68% dos pequenos negócios reúnem parentes nos papéis de sócios, empregados ou colaboradores. A conclusão é de um estudo inédito produzido pelo Sebrae Nacional.
A pesquisa considerou empresas familiares aquelas em que pai, mãe, avô, avó, filho (a), sobrinho (a), neto (a) ou cunhado (a) atuam como sócios, empregados ou colaboradores, com ou sem carteira assinada.
Os microempreendedores individuais também participaram da pesquisa, porém o mais comum é que esse trabalhem sozinhos, já que apenas 38% deles têm parentes envolvidos no negócio.
Mesmo assim, quando os MEIs são contabilizados na pesquisa, a média em todas as regiões brasileiras fica acima de 50% de pequenos negócios nos quais membros da família trabalham juntos.
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Nas empresas de pequeno porte – com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões – esse índice chega a 71%.
“O estudo mostra que as micro e pequenas empresas são a fonte de sustento de muitas famílias, o que só demonstra a necessidade de implementarmos cada vez mais políticas públicas que incentivem o crescimento desses negócios”, afirma Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae.
A seguir, o Sebrae dá algumas dicas para ter sucesso com a empresa familiar:
* Remunere o integrante da família como qualquer pessoa de mercado, nem a mais e nem a menos
* Seja rigoroso na cobrança do cumprimento das funções, já que não pode haver privilégios
* Filhos, marido ou esposa devem receber as mesmas capacitações dos demais colaboradores
* a sucessão familiar nos negócios deve ser bem analisada. Não é porque o pai ama a empresa que o filho necessariamente terá o mesmo empenho e interesse
* Para implantar uma sucessão de sucesso, cabe verificar se o filho/neto compartilha da mesma paixão pelo negócio e vai transformar o interesse em gestão profissionalizada
* Empresas familiares com modelo de gestão complementar, com sócios em funções que se complementam, tendem a apresentar mais sucesso
* Na sociedade entre pai e filho, não se pode transferir a hierarquia doméstica para o negócio. Dentro da empresa, se o filho se mostrar mais competente e capacitado, manda o filho
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