Crise no setor automobilístico já fechou 250 concessionárias
A Fenabrave, a federação dos distribuidores de veículos, projeta queda de 19% no emplacamento de novos veículos em 2015. Até agora, 12 mil funcionários foram demitidos
O presidente da Federação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, informou que, com a crise do setor automotivo 250 concessionárias já foram fechadas em todo o Brasil, nos quatro primeiros meses deste ano. Segundo ele, esses fechamentos provocaram a demissão de cerca de 12 mil funcionários no período.
O número de vagas cortadas pelas concessionárias até abril já é maior do que total demitido pela indústria automobilística nos três primeiros meses do ano. De janeiro a março, as montadoras de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas eliminaram 3,6 mil vagas, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Assumpção estima que o setor de distribuição de veículos poderá fechar, até o fim do ano, 10% das 8 mil lojas que existiam no início de 2015, o equivalente a 800 concessionárias, o que provocaria a demissão de 35 mil a 40 mil empregados.
A entidade fez mais uma revisão para baixo de todas as suas projeções para desempenho das vendas do setor automotivo em 2015. É a segunda revisão realizada pela entidade desde o início do ano. A última tinha sido feita em março.
A Fenabrave espera agora que os emplacamentos totais de veículos novos deverão somar 2,835 milhões de unidades em 2015, o equivalente a queda de 18,93% ante as 3,497 milhões de unidades vendidas o ano passado. A nova previsão é bem mais pessimista do que a retração de 10% estimada em março e do que o recuo de 0,53% projetado no início do ano.
Pelas novas previsões, o segmento de caminhões continua sendo o que deverá ter o pior desempenho. A Fenabrave prevê que as vendas de pesados deverão cair 41% em 2015 frente a 2014, ante estimativas anteriores de recuos de 10,5% (março) e de 1,2% (janeiro).
Para o segmento de ônibus, a federação revisou a previsão de tombo de 8,5% (divulgada em março) para queda de 21%. Em janeiro, a entidade previa queda retração de apenas 0,7% para o segmento. Para caminhões e ônibus juntos, a entidade revisou a projeção para queda de 18%, ante previsão anterior de queda de 10,12%.
Já para o segmento automóveis e comerciais leves juntos, a Fenabrave projeta agora retração de 18%, maior do que os recuos de 10% estimado em março e de 0,5% projetado no início do ano. Só para automóveis, a nova previsão da entidade é de queda de 18,28% nas vendas neste ano, enquanto para comerciais leves, tombo de 16,51%.