Número de brasileiros com dívidas em atraso cai em 2016
A queda foi de 7%, na comparação com 2015. Contas de cartão de crédito, luz e internet foram as que apresentaram maior quantidade de atrasos, de acordo com SPC e CNDL
Caiu para 46% o percentual de brasileiros que atrasaram ou deixaram de pagar alguma conta em 2016, contra 53% registrados no ano anterior.
Os números foram apontados pela pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Os compromissos que apresentaram maior quantidade de atrasos foram as contas de cartão de crédito (19%), luz (17%) e internet (13%) - que avançou 4 ponto porcentual ante 2015.
Do grupo que atrasou ou deixou de honrar pagamentos nos últimos 12 meses, 65% teve incluído ou ainda está listado em algum serviço de proteção ao crédito.
Em 2015, o número chegou a 68%. Entre as classes C, D e E, o porcentual sobe para 69%. Do total negativado em 2016, apenas 15% conseguiu regularizar a situação, enquanto 50% segue com nome sujo.
No último relatório de inadimplência do SPC Brasil e CNDL, divulgado no fim de 2016, 58,3 milhões (39%) de brasileiros adultos estavam em listas de inadimplência.
A pesquisa verificou mudança de hábitos entre 89% dos brasileiros que tiveram o nome sujo ao menos uma vez nos últimos 12 meses:
- 34% passaram a refletir mais antes de comprar;
- 30% implementaram controle de gastos;
- 27% passaram a comprar apenas à vista;
- 24% deixaram de emprestar o nome a terceiros;
- 23% evitaram utilizar o cartão de crédito;
- 11% chegaram a cancelar cartões
A maioria dos entrevistados (77%) ouvidos pela pesquisa apresentou uma compreensão equivocada sobre o que significa estar endividado.
Para 45%, estar endividado corresponde a ter dívidas em atraso. Já para 31%, a pessoa está endividada quando tem o nome em entidades de proteção ao crédito.
Apenas um grupo de 21% compreende que parcelas a vencer ou empréstimos realizados torna a pessoa endividada.
A portabilidade, ou possibilidade de transferir a dívida para uma instituição que ofereça melhores condições de pagamento, só foi utilizada por 10% dos entrevistados.
"Apesar de pouco utilizada e conhecida, a portabilidade de crédito é uma opção válida e de grande ajuda para amenizar o pagamento da dívida de quem já se complicou com as finanças", afirma o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
*Foto: Thinkstock