Valor do aluguel tem variação negativa de 0,8% no 2º trimestre
Os bairros que registraram as maiores quedas foram Jardim Aeroporto e Jardim Bonfiglioli. Já os que tiveram as maiores valorizações foram Jardim Anália Franco, e Vila Regente Feijó, na Zona Leste
O preço médio do metro quadrado para aluguel em São Paulo teve desvalorização nominal de 0,8%, no final do segundo trimestre de 2016 na comparação com igual período de 2015, de acordo com estudo realizado pelo site VivaReal com base nos imóveis disponíveis em sua plataforma.
Considerando a inflação, os valores apresentaram queda real de 11,59% nos últimos meses. O IGP-M acumulado no período foi de 12,21%. No entanto, na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve valorização nominal de 0,9%, já que em março o valor médio do metro quadrado na capital estava em R$ 35,38 e em junho estava em R$ 35,71.
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Ainda na comparação 2016/2015, os bairros que registraram as maiores quedas foram Jardim Aeroporto, na zonal sul (-32,2%), Jardim Bonfiglioli, zona oeste (-18,8%), Vila Ipojuca, zona oeste, (-15,9%), Centro (-14,4%), Vila Uberabinha, zona sul (-14,3%) e Lapa, zona oeste (-13,6%).
"A economia instável e as restrições no crédito afetam o equilíbrio entre oferta e demanda por imóveis. Com a dificuldade para vender, os proprietários acabam optando pela locação, o que aumenta a oferta e dá margem para o consumidor negociar", afirma Lucas Vargas, CEO do VivaReal.
Na outra ponta, os bairros que tiveram as maiores valorizações foram Jardim Anália Franco, na zona leste (13,1%), Vila Regente Feijó, também na zona leste (11,4%), Vila Prudente, zona leste (8,1%), Pinheiros, zona oeste (7,1%), Consolação, na região central, (7%), e Brás, também na área central (6,9%).
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Embora a média do valor do metro quadrado na cidade esteja em R$ 35,71, ele pode chegar a R$ 69,57 na Vila Nova Conceição. Os bairros mais procurados para quem deseja locar um imóvel são Bela Vista, Vila Mariana, Pinheiros, Tatuapé, Moema e Butantã, segundo o VivaReal.
LANÇAMENTOS
O mercado imobiliário registrou uma alta expressiva nos lançamentos em maio, embora o resultado não possa ser considerado ainda o início de uma tendência de recuperação do setor, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Os lançamentos de imóveis em maio atingiram 5.654 unidades, um pico de alta de 218,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já as vendas chegaram a 8.496 unidades, recuo de 4,1% na mesma base de comparação.
Com a alta dos lançamentos e o recuo nas vendas, o estoque foi a 114.795 unidades em maio, o que representa alta de 6,3% em um ano. A velocidade de vendas - que considera o número de unidades comercializadas ante o total ofertado - foi de 7,2% em maio, um recuo de 0,7 ponto porcentual. Com essa liquidez, seriam necessários 14 meses para realizar a venda integral desse estoque.
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Na avaliação de Luiz Fernando Moura, diretor da Abrainc, o pico de lançamentos é decorrente de uma comparação com números absolutos baixos do ano anterior, levando a uma variação porcentual mais acentuada.
Ele cita relatos de empresários sobre aumento nas visitas dos consumidores aos estandes e bom desempenho em campanhas específicas para comercialização de estoques. "Vemos uma mudança no humor, mas ainda não uma reação consistente", pontua.
De acordo com a pesquisa da Abrainc/Fipe, 3.667 unidades tiveram as vendas canceladas em maio, aumento de 1,0% frente ao mesmo mês do ano passado.
*Foto: Thinkstock