PIB fecha 2016 com queda de 3,6%
O setor da economia que sofreu a maior retração em 2016 foi a agropecuária, com queda de 6,6%
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou queda de 3,6% em 2016 ante 2015, informou na manhã desta terça-feira (7/3), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma queda de 3,50% a 3,70%, com mediana negativa de 3,60%.
No quarto trimestre de 2016, o PIB recuou 0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior, resultado que ficou também dentro das estimativas dos analistas, que previam uma retração de 0,15% a 1,30%, com mediana negativa de 0,55%.
Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o PIB apresentou queda de 2,5% no quarto trimestre de 2016, vindo dentro das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que eram de um recuo de 1,80% a 3,10%, com mediana negativa de 2,40%.
Ainda segundo o instituto, o PIB do quarto trimestre de 2016 totalizou R$ 1,631 trilhão. Com esse resultado, o PIB de todo o ano passado somou R$ 6,266 trilhões.
SETORES
De acordo com o IBGE, o PIB da indústria caiu 3,8% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, o PIB da indústria caiu 0,7% ante o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o PIB da indústria mostrou queda de 2,4%.
O PIB de serviços, por sua vez, caiu 2,7% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, recuou 0,8% contra o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o PIB de serviços mostrou queda de 2,4%.
Já o PIB da agropecuária teve declínio de 6,6% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, o PIB da agropecuária subiu 1% contra o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o PIB da agropecuária mostrou queda de 5%.
PER CAPITA
"A população empobreceu", de acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Pais, ao analisar a divisão do Produto Interno Bruto (PIB) pelo número de habitantes, o PIB per capita.
De 2014 a 2016, o PIB per capita caiu 9,1%. No mesmo período, a população cresceu 0,9% ao ano.
A queda de 9,1% é "bastante relevante", de acordo com ela. "Nos três últimos anos, como a população continua crescendo, a queda do PIB per capita amplificou. O bolo encolheu e a quantidade de pessoas aumentou. Tem que colocar muita água no feijão", afirmou.
No ano passado, o PIB per capita caiu 4,4%, enquanto a retração do PIB foi de 3,6%. Em 2015, o PIB per capita havia caído 4,6%, para uma queda do PIB de 3,8%.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS
O consumo das famílias caiu 4,2% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, o consumo das famílias caiu 0,6% ante o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o consumo das famílias mostrou queda de 2,9%.
O consumo do governo, por sua vez, caiu 0,6% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, esse indicador subiu 0,1% em relação ao terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o consumo do governo mostrou queda de 0,1%.
EXPORTAÇÕES
As exportações cresceram 1,9% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, as vendas externas caíram 1,8% contra o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, as exportações mostraram queda de 7,6%.
As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, caíram 10,3% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, esse indicador subiu 3,2% contra o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, as importações mostraram queda de 1,1%.
A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial.
No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.
POUPANÇA
A taxa de poupança no ano de 2016 ficou em 13,9%, conforme o IBGE. Em 2015, essa taxa havia ficado em 14,4%.
Já a taxa de investimento ficou em 16,4% em 2016, segundo o IBGE. Esse nível é menor do que o verificado em 2015, que foi uma taxa de 18,1%.
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