Desemprego no país atingiu 8,7% entre julho e agosto
Na região metropolitana de São Paulo, a taxa de desemprego subiu para 14,2% em setembro
A taxa de desemprego no país voltou a subir no trimestre encerrado em agosto e chegou a 8,7%. O índice é 0,6 ponto percentual superior ao do trimestre terminado em maio (8,1%). Esta foi a maior taxa de desocupação da série histórica iniciada em 2012.
Comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior (6,9%), a alta chegou a 1,8 ponto percentual. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, a população desocupada cresceu 7,9%, atingindo 8,8 milhões de pessoas, ou mais 647 mil pessoas desocupadas em relação ao trimestre de março a maio, quando a alta chegou a 29,6%.
No trimestre encerrado em agosto, a população ocupada somava 92,1 milhões de pessoas, ficando estável em ambas as comparações. Os dados indicam ainda que o número de empregados com carteira assinada recuou 1,2% (menos 425 mil pessoas), em relação ao trimestre de março a maio, e caiu 3% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação com igual trimestre de 2014.
Nos três meses até agosto, a população fora da força de trabalho encolheu 0,4% em relação ao trimestre encerrado em maio. Isso significa que 224 mil pessoas deixaram a inatividade e passaram a trabalhar ou procurar emprego.
"Houve queda de mais de 1 milhão de empregos com carteira em um ano. Isso é perda de estabilidade do domicílio. A busca por estabilidade faz com que mais pessoas sigam para o mercado de trabalho, que não está contratando, pelo contrário", afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
NÚMEROS NEGATIVOS
A Pnad Contínua mostra números predominante negativo em todas as suas análises. O rendimento médio real recebido pelo trabalhador caiu 1,1% na comparação ao trimestre imediatamente anterior (março a maio), passando de R$ 1.904 para R$ 1.882.
Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, no entanto, o rendimento médio real ficou estável.
Também a massa de rendimento médio real recebida para o trimestre encerrado em agosto (R$ 167,8 bilhões) caiu os mesmos 1,1% do rendimento médio real, na comparação ao trimestre móvel anterior e ficou estável em relação ao mesmo trimestre de 2014.
Os indicadores da Pnad Contínua são calculados para trimestres móveis, utilizando-se as informações dos últimos três meses consecutivos da pesquisa. A taxa do trimestre móvel terminado em agosto de 2015 foi calculada a partir das informações coletadas em junho, julho e agosto de 2015.
SÃO PAULO
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) passou de 13,9% em agosto para 14,2% em setembro, mostra Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A taxa ficou acima da verificada em setembro de 2014, quando estava em 10,6%. Esta é a oitava elevação consecutiva do indicador.
Em setembro, o total de desempregados foi estimado em 1,581 milhão de pessoas, 44 mil a mais do que em agosto.
Esse resultado decorreu do ligeiro crescimento do nível de ocupação, com a geração de 33 mil postos de trabalho, que foi insuficiente para absorver a ampliação em 77 mil da População Economicamente Ativa (PEA) na região.
O nível de ocupação apresentou crescimento de 0,3% em setembro ante agosto, para um contingente estimado em 9,55 milhões de pessoas. Porém, em relação ao mesmo mês de 2014, houve queda de 3,1%.
Do ponto de vista setorial, houve geração de 29 mil postos de trabalho em serviços (alta de 0,5% em setembro ante agosto) e 6 mil postos em Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (0,3%).
Essas variações positivas compensaram a eliminação de 7 mil postos de trabalho em Construção (-1,0%) e 4 mil em Indústria de Transformação (-0,3%).
*Com informações do Estadão Conteúdo
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