Balança comercial tem saldo positivo recorde de US$ 29 bilhões
Superávit de janeiro a maio é o maior para o período desde o início da série histórica, em 1989
A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 29 bilhões de janeiro a maio deste ano. O saldo positivo é o maior para o período desde o início da série histórica, em 1989.
Em maio, a balança teve superávit de US$ 7,661 bilhões, recorde mensal. Os dados foram divulgados nesta quita-feira (01/06) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
A balança comercial tem superávit quando as exportações (vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior) superam as importações (compras do país no exterior).
No mês de maio, as exportações brasileiras ficaram em US$ 19,792 bilhões, superando os US$ 12,131 bilhões em importações.
As exportações cresceram 7,5% em relação a maio de 2016 segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante abril deste ano, houve queda de 8,4%.
As importações, por sua vez, cresceram 4% na comparação com maio do ano passado e caíram 7,4% em relação a abril deste ano, também segundo o critério da média diária.
EXPORTAÇÕES
O superávit recorde registrado na balança comercial em maio (US$ 7,662 bilhões) e nos cinco primeiros meses do ano (US$ 29,032 bilhões) foi alcançado principalmente por causa do aumento nos preços dos produtos vendidos pelo Brasil ao exterior.
No mês, a exportações cresceram 7,5%, enquanto as importações subiram 4%. No ano, a alta nas vendas foi de 18,5%, enquanto as compras do exterior aumentaram 8,4%.
O diretor do Departamento de Estatística do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, destaca que, nos cinco primeiros meses do ano, houve alta nos preços dos produtos exportados de 19,7%, enquanto a quantidade vendida caiu 0,8%.
Brandão ressalta a melhora nos preços internacionais de produtos como minério de ferro, produtos agrícolas e petróleo. "Nos primeiros meses do ano passado, patamares de preços estavam extremamente baixo, por isso esse crescimento significativo", completou.
Ele chamou a atenção para o superávit de US$ 2,652 bilhões na conta petróleo de janeiro a maio. No mesmo período do ano passado, havia um déficit de US$ 1,199 bilhão no comércio do produto.
Apesar de as importações registrarem crescimento de 8,4% nos cinco primeiros meses do ano, no caso dos bens de capital, porém, há uma queda de 19,4%. "Isso vem do quadro de recessão dos últimos dois anos. Como existe capacidade ociosa, investimento demora mais a reagir", afirmou.
Brandão ressaltou o crescimento nas importações da Argentina em maio de 20,1%, principalmente por conta de trigo, milho e cevada, sendo 8,1% nos cinco primeiros meses.
Já as exportações para o país cresceram 21,7% em maio e 25,6% no acumulado, puxado pelo setor automotivo e máquinas agrícolas. O superávit no comércio entre os dois países chega a US$ 3 bilhões de janeiro a maio.
Brandão destacou a contribuição expressiva das exportações para o crescimento do PIB no primeiro trimestre do ano. As vendas de bens e serviços aumentaram 4,8%, acima de outros componentes do PIB, que aumentou 1% no primeiro trimestre. Ele acredita que essa contribuição será em menor medida nos próximos meses porque , no início do ano passado, os preços dos produtos exportados estavam baixos, o que reduziu a base de comparação.
A previsão do governo para este ano é de um superávit acima de US$ 55 bilhões. "As exportações estão crescendo continuamente, temos demanda com preços aquecidos de vários produtos que o Brasil exporta e capacidade de oferta", acredita.
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Com informações de Estadão Conteúdo
Atualizado às 18h15