Mantega é levado a depor pela Operação Zelotes
O alvo é a Cimento Penha, que pertence a um amigo do ex-ministro da Fazenda e conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram na manhã desta segunda-feira (9/05) mais uma fase da Operação Zelotes que investiga esquema de compra de votos no Carf, o conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de multas de grandes contribuintes.
A Operação Zelotes cumpre 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva nesta segunda-feira, 9/05. O alvo desta etapa é a Cimento Penha.
O ex-ministro Guido Mantega foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado para depor e liberado.
A Zelotes apura suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
A empresa pertence ao empresário Victor Garcia Sandri, amigo do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investigadores pediram medidas contra Mantega, mas inicialmente a Justiça Federal não autorizou.
A empresa teria comprado o então conselheiro do Carf Valmar Fonseca de Menezes para anular seu débito. O MPF sustenta que o ex-ministro Guido Mantega nomeou, em junho de 2011, Valmar e também o então conselheiro José Ricardo da Silva - já condenado na Zelotes - para a câmara que analisou o caso do seu amigo.
Com isso, a Cimento Penha conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf.
Mantega já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Também foram ordenadas as mesmas medidas em relação à Coroado Administração de Bens, empresa do ex-ministro petista.
Em e-mails interceptados pela Zelotes, o empresário Victor Sandri menciona o nome de Mantega em conversas com o então conselheiro Valmar. As investigações teriam encontrado pagamento de R$ 15 milhões para empresa de auditoria e consultoria vinculada a Valmar.
FOTO: Agência Brasil