Informatização da saúde reduz despesas em 20%, diz Russomanno
O candidato do PRB foi o quinto e último participante do ciclo de debates promovido pela Associação Comercial de São Paulo com os concorrentes à Prefeitura de São Paulo
Um cartão eletrônico para os pacientes do serviço municipal de saúde, além de agilizar o atendimento, representará uma economia de no mínimo 20% dos R$ 10 bilhões que a Prefeitura de São Paulo destina anualmente ao serviço.
É o que afirmou, nesta segunda-feira (26/09), Celso Russomanno, do PRB, quinto e último participante do ciclo de debates que a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) organizou entre os concorrentes à Prefeitura paulistana.
A sessão foi presidida por Alencar Burti, presidente da ACSP e também da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
"Estamos no século 21, com um tipo de organização da saúde pública com um modelo do século 19", disse ele. "É uma saúde burra", sem a informatização dos prontuários, que permitiriam ao portador de um cartão eletrônico ser atendido em qualquer UBS, com o histórico de seus atendimentos armazenado na memória central dos computadores.
A informatização, segundo ele recomendada pela Organização Mundial da Saúde, também levaria à equalização na distribuição de medicamentos, sem que algumas UBSs [Unidades Básicas de Saúde] nada possam fornecer quando determinado medicamento está em falta, enquanto outra UBS tem o medicamento em excesso e depois precisa destruí-lo, porque ele não está mais no prazo de validade.
Russomanno disse que a agilidade de um sistema informatizado evitaria que, pelo atraso nas consultas e nos exames laboratoriais, se agravassem moléstias.
Citou a hipertensão que, se evoluir para um AVC, exigirá que o paciente permaneça internado em UTI po raté 60 dias, a um custo diário para o município de R$ 2.500. Com esse mesmo dinheiro, afirmou, a prefeitura poderia praticar a medicina preventiva com mil famílias.
Na área da educação, Russomanno se opôs à progressão continuada, que permite que avancem no ciclo fundamental crianças e adolescentes que não sabem ler ou escrever.
Também defendeu a abertura as escolas aos domigos, para que a comunidade as utilize em atividades artísticas e esportivas.
Quanto aos dias letivos, defendeu a adoção de um modelo já praticado em Porto Alegre, no qual professoras aposentadas são contratadas por meio período para fazerem com os alunos as lições de casa, e em que policiais aposentados complementem suas rendas ao trabalharem algumas horas por dia na segurança.
Com relação ao transporte público, Russomanno reiterou que apenas um sistema de qualidade encorajaria os proprietários de automóveis a deixá-los em casa. Citou a suspensão dos ônibus, em sua maioria montados em chassis de caminhão e que não têm o conforto dos veículos com suspensão a ar.
O transporte de qualidade, de acordo com o candidato, está associado à necessidade de descentralizar a cidade, proporcionando aos cidadãos trajetos mais curtos.
Citou o caso do Shopping Aricanduva, que tem o maior movimento entre os shoppings paulistanos, mas se encontra numa região da periferia e atraiu para a vizinhança outros estabelecimentos comerciais ou prestadores de serviços.
Ele criticou a forma de implantação das ciclovias pela atual administração municipal. "Em todas as principais cidades do mundo essas vias são abertas em ruas secundárias." Ao implantá-las nos principais corredores, para que elas tenham visibilidade, a prefeitura acabou por prejudicar o comércio e a levar ao fechamento de lojas que tinham até 40 anos de atividades.
Russomanno também criticou o atual prefeito por sua política de segurança. Em lugar de fazer o policiamento preventivo, disse ele, os policiais da CGM estão multando veículos e controlando neles a velocidade.
"Acho um absurdo que os veículos da GCM não se comuniquem por rádio com os veículos da Polícia Civil ou da Polícia Militar", afirmou..
Disse que cadastraria os guardas noturnos para que, por meio de aplicativos de celular, eles possam indicar movimentações suspeitas e, com isso, evitar ocorrências.
Russomanno foi particularmente ferino ao se referir à política de Fernando Haddad para a cracolândia. Prometeu que cercaria a região e só permitiria o ingresso de pessoas devidamente revistadas, para que traficantes e usuários não façam suas transações debaixo de barracas ou sombrinhas, para não serem identificados pelas câmeras.
O candidato pelo PRB disse, por fim, que obrigaria os veículos do Uber a usarem placas vermelhas, para que possam ser submetidos às mesmas inspeções periódicas dos taxis.
E sugeriu que exista algum vínculo trabalhista entre os motoristas do Uber a empresa que lhe cobra uma percentagem para que eles circulem por meio de um aplicativo.
FOTOS: Adnilson Jr. / Karina Lignelli